e que ele te controlou mais do que vc a ele.
aquele cabelo molhado, encaracolado, com cheiro de creme barato,
aquela pele de adolescente, o vestido de tecido barato, porém bem costurado.
- onde está meu livro / interrogação /.
- molhou.
- como / /
um sorriso sacana, inocente, o mesmo de sempre.
as paredes da sacristia ainda são as mesmas.
testemunhas mudas do sentimento de outrora.
aquela voz sempre foi única.
- vc estuda engraçado.
- ah é, sei lá.
o batismo seria o começo de tudo, mas não foi.
um dia especial. água fria em espírito quente. e como fervia.
algum tempo depois - 'sinto o sangue ferver, mais quente do que antes'
'sinto a veia pulsar, mais forte que outrora'.
o poder mostrou seu local no poder local.
a outra força se foi.
o computador quebrado, agora, não é mais do que a vida.
- vc é um rapaz zeloso.
- levamos culpa sem vantagem.
o espírito não era menos ébrio do que agora.
ainda que o corpo fosse mais puro.
-fiquem tranquilos, eu trarei comida p vcs.
- deus te abençoe, não temos como agradecer.
- agradeçam a ele.
o onibus velho daquela velha cidade foi o palco.
um toque de mãos e corações cheios.
os mesmos que o tempo, dono da história, haveria de esvaziar.
várias caminhadas pelo mesmo lugar.
não chegaram mesmo ao lugar.
- ele sempre sentava ao seu lado.
- ai que raiva.
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